RESUMO PARA O TESTE - A FORMAÇÃO DE PORTUGAL- A VIDA QUOTIDIANA NO SÉCULO XIII

ESTUDAR PARA O TESTE: A Formação do Reino de Portugal (Da página 65 à 75) e Portugal no século XIII (Da página 81à 82 e da página 92 à 103)

A Formação do Reino de Portugal.
O período da reconquista cristã.


• Os reis cristãos tinham dificuldade em vencer os muçulmanos e pediam auxílio aos outros reinos cristãos da Europa. D. Afonso VI (rei de Leão e Castela) fez com que chegassem muitos cruzados (cavaleiros cristãos) para lutar contra os mouros.


• D. Raimundo e D. Henrique de Borgonha (dois nobres cruzados franceses) destacaram-se nas lutas e casaram com as filhas de D. Afonso VI. D. Raimundo casou com D. Urraca e foi-lhe dado o Condado da Galiza. D. Henrique casou com D. Teresa filha e foi-lhe dado o Condado Portucalense.


• D. Henrique estava dependente de D. Afonso VI (rei de Leão) e tinha de lhe prestar obediência, lealdade e auxílio militar.


• Em 1112 D. Henrique morreu e D. Teresa ficou a governar o Condado Portucalense, porque seu filho, Afonso Henriques, ainda não tinha 4 anos.


• Em 1125 Afonso Henriques (com 14 anos) armou-se a si próprio cavaleiro e revoltou-se contra sua mãe (que tinha uma ligação amorosa com o conde galego Fernão Peres de Trava).


 Em 1128, D. Afonso Henriques instalou-se com a sua corte no castelo de Guimarães.


Em 24 de Julho de 1128 travou-se a Batalha de S. Mamede (perto de Guimarães), entre os partidários de D. Afonso Henriques e D. Teresa. D. Afonso Henriques venceu e com 17 anos passou a governar o Condado Portucalense e decidiu:
- aumentar os territórios para sul, conquistando-os aos mouros;
- conseguir a independência do seu Condado, travando várias guerras.
Em 5 de Outubro de 1143 fez-se um acordo de paz – O Tratado de Zamora – em que D. Afonso VII (primo de D. Afonso Henriques) concede a independência do Condado Portucalense. Este passa a chamar-se REINO DE PORTUGAL e o 1º Rei é D. Afonso Henriques.


O REI – era a autoridade máxima do Reino. Governava, fazia as leis, aplicava a justiça, administrava o Reino, chefiava os exércitos. Decidia a paz e a guerra. A monarquia portuguesa era hereditária – sucedia no Reino o filho mais velho (príncipe herdeiro).


A CONQUISTA DA LINHA DO TEJO.


- A Reconquista portuguesa é lenta, com vitorias e derrotas.


- Depois do acordo de paz com o rei de Leão, em 1143, D. Afonso Henriques instalou-se com a sua corte em Coimbra. Em 1145, D. Afonso Henriques conquistou Leiria. A partir daqui os cavaleiros vão tentar conquistar Santarém e Lisboa (poderosas cidades mouras que formavam a linha do Tejo).


- Os rios eram as fronteiras naturais dos territórios (para Mouros e Cristãos), devido à travessia dos rios ser difícil e perigosa.


- Construíam-se castelos em pontos estratégicos, nas zonas onde os ataques eram frequentes.


- Em 1147 D. Afonso Henriques conquistou Santarém (tomando a cidade de assalto) e Lisboa. Na conquista de Lisboa foram auxiliados por uma poderosa armada de cruzados, vindos do Norte da Europa. A cidade foi cercada por D. Afonso Henriques e o seu exército, por terra e por rio. Ao fim de 4 meses os mouros foram vencidos pela fome e entregaram Lisboa aos Cristãos.


- De 1147 a 1148 os portugueses conquistaram mais terras para Sul, ocupando grande parte do Alentejo. Pouco depois, os mouros receberam reforços militares do Norte de África e recuperaram as terras.


- Em 1185 morreu D. Afonso Henriques.


- A Reconquista Cristã implicou a participação de quase toda a população portuguesa (o rei, ao senhores nobres, os monges guerreiros e o povo).


RECONHECIMENTO DO REINO


- O Papa- chefe supremo da Igreja Católica, tinha muitos poderes e todos os reis cristãos lhe deviam obediência. Quando se formava um reino cristão era o Papa que reconhecia a sua independência e confirmava o título de rei.


- D. Afonso Henriques, para provar que era um bom rei cristão, construiu e restaurou sés e igrejas e deu propriedades e regalias aos mosteiros. Só em 1179 o Papa Alexandre III reconheceu D. Afonso Henriques como Rei de Portugal.


PORTUGAL NO SÉCULO XIII: O REINO DE PORTUGAL E DO ALGARVE.

- D. Sancho I, D. Afonso II e D. Afonso III continuaram a conquistar terras aos mouros. Só em 1249 é que o Algarve é definitivamente conquistado aos mouros, por isso D. Afonso III passa a ser intitulado REI DE PORTUGAL E DO ALGARVE.


- Algumas terras continuaram a ser disputadas por estes dois reinos peninsulares. Só no reinado de D. Dinis, em 1297, no Tratado de Alcanises, ficaram definidos os limites territoriais de Portugal.
Portugal no Século XIII



A sociedade portuguesa do século XIII é pois formada por 3 grupos sociais, com direitos e deveres diferentes:


A nobreza e o clero (grupos privilegiados):

 não pagavam impostos;


 possuíam extensas propriedades;


 tinham o poder de aplicar justiça e cobrar impostos;


 tinham exército próprio.
O povo era o grupo mais numeroso e desfavorecido, que executava todo o tipo de trabalho e pagava impostos.
As actividades económicas:
A principal actividade da época era a AGRICULTURA: cereais, vinho e azeite constituíam a trilogia do lavrador português.


Nas zonas litorais, a pesca e o sal desempenhavam lugar de relevo tanto na alimentação comum como na prática do comércio.


A Indústria não existia. O próprio artesanato era reduzido e confinado às necessidades de consumo: fabricavam-se artigos de vestuário, calçado, objectos de ferro, madeira e barro, alfaias domésticas e agrícolas, e pouco mais."


Agricultura Pecuária Apicultura Silvicultura Pesca e Salicultura, vinho, cereais, legumes, frutos, azeite, linho carne, lã, leite, ovos mel e cera madeira, cortiça, lenha, bolota peixe, marisco, sal


Comércio:


O comércio interno (trocas dentro do país) praticava-se sobretudo através dos almocreves (comerciantes ambulantes) e das feiras.


O comércio externo era feito sobretudo por via marítima. Exportava-se sobretudo sal, vinho e azeite. Do estrangeiro, importavam-se: tecidos, açúcar, produtos de luxo e armas que se destinavam à Corte, nobreza e clero.

A VIDA QUOTIDIANA NAS TERRAS SENHORIAIS


A nobreza tinha como principal função a guerra (defesa do reino e das suas terras). Participou com os seus exércitos na Reconquista, ao lado do rei, recebendo em troca rendas e terras.


O senhorio era pois a propriedade de um nobre na qual viviam camponeses livres e servos. As terras do senhorio estavam divididas em duas partes: a reserva, explorada directamente pelo senhor e onde trabalhavam os servos e criados; e os mansos, parcelas arrendadas a camponeses livres em troca de rendas pagas ao senhor.


O senhor tinha grande poder sobre quem vivia no seu senhorio: cobrar impostos, fazer justiça e ter um exército privado.


Quando não estava em guerra, o senhor nobre ocupava-se a dirigir o senhorio e a praticar exercícios físicos, caçar, justas e torneios que os preparavam para a guerra e.


Organizava festas e convívios onde, para além do banquete, se tocava, cantava e dançava. Estas festas eram animadas por trovadores e jograis. Jogava-se xadrez, cartas e dados.

A VIDA QUOTIDIANA DO CLERO.


Tal como a nobreza, o clero era um grupo social privilegiado. Tinha a função de prestar assistência religiosa às populações.


Tinha grandes propriedades que lhe haviam sido doadas pelo rei ou por particulares e não pagava impostos. Tal como a nobreza, exercia a justiça e cobrava impostos a quem vivia nas suas terras.


O clero dividia-se em dois grupos: o CLERO REGULAR (Composto por frades ou freiras que viviam numa ordem religiosa, num mosteiro) e o CLERO SECULAR (bispos e padres) que viviam nas aldeias e nas cidades junto das populações.


No mosteiro, para além de cumprirem as regras impostas pela Ordem a que pertenciam, os monges dedicavam-se ao ensino, à cópia e feitura de livros, à assistência a doentes e peregrinos.


Em algumas Ordens, os monges dedicavam-se também ao trabalho agrícola nas terras do mosteiro.


Algumas Ordens eram militares, tendo combatido contra os Mouros.

A VIDA QUOTIDIANA DO CAMPONÊS.


A maioria dos camponeses vivia nos senhorios. Trabalhavam muitas horas, de sol a sol, e de forma muito dura. Do que produzia, uma grande parte era entregue ao senhor, como renda. Devia ainda prestar ao senhor outros serviços, como a reparação das muralhas do castelo, e outros impostos, como os que devia pela utilização do moinho, do forno ou do lagar.


Vivia em aldeias próximo do castelo do senhor. Morava em casas pequenas, de madeira ou pedra, com chão de terra batida e telhados de colmo. Estas casas tinham apenas uma divisão.


A base da alimentação do povo era pouco variada, constituida por pão e o vinho, legumes, ovos, toucinho, queijo. Peixe e carne só muito raramente, geralmente em dias de festa. O seu vestuário era simples feito com tecidos grosseiros.


 OS CONCELHOS.


Como sabemos, à medida que se iam conquistando terras aos Mouros, os nossos primeiros reis precisavam de as povoar e fazer cultivar as novas terras, sobretudo a Sul. Para tal, em muitos casos, o rei ou grandes senhores criaram concelhos, para atrair povoadores, a troco de direitos e regalias. Assim nasceram os concelhos.


Os habitantes dos concelhos, chamados vizinhos, tinham mais direitos e mais autonomia que os habitantes dos senhorios pois podiam eleger os seus representantes para a administração e a justiça local:


os juízes aplicavam a justiça;


os mordomos recebiam os impostos;


 a assembleia dos homens-bons (os homens mais importantes do concelho) tratavam dos assuntos de interesse geral e elegiam os juízes e mordomos. Reuniam no Domus Municipalis (casa do município).


O rei fazia-se representar nos concelhos através do alcaide que era também o chefe militar.


Os direitos e deveres dos habitantes dos concelhos estavam escritos num documento: a Carta de Foral.


Símbolo da autonomia do Concelho era o Pelourinho.


BOM ESTUDO! Espero que este resumo te seja útil! DH